domingo, 13 de novembro de 2011

Quebra-cabeça de Palavras

         Ergo os olhos, não sou quem pensava ser. Sou herói. Sinto hoje como se fosse o mais bravo herói, de peito árduo e pés firmes. Luto e luto ao lado de Agamenon, e também de Ulisses. Os três, prontos para tudo. E batalhar faz parte de nós, somos heróis. Enquanto eu de alma pura apanho minhas armas - as palavras -, muito próximo vejo meus amigos gregos renascerem do pó. Das cantigas entoadas no tempo de Virgílio, das palavras mal faladas, trocadas por dois povos de puro ódio. Até os deuses poderiam, quiçá, adentrar nesta história. Mas, deixo as divindades para religiosos e altruístas. Sou da luta, sou da guerra. Estou cá a batalhar, a fabricar minha fazenda, a conotar as notas da vida junto as entoadas das sereias. Pastoreio o meu rebanho, levo água, dou de comer. E aos poucos monto o meu mundo, juntando e arrumando as peças deste grande, e infindável, quebra-cabeça de palavras.

Vítor Duarte.

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