terça-feira, 3 de novembro de 2015

Vivi?



Nascemos humanos,
Choramos animalescos.
Recebemos o primeiro tapa,
A primeira chupeta, o andador.
Flor da Vida, encontrada também no Templo de Osiris.
Fonte: Google Images.
As fraldas são trocadas a cada
Nova cagada que fazemos, na vida.
Ganhamos os primeiros presentes,
Geralmente roupas, sapatinhos e demais.
Bebemos o leite, animalesco e maternal.
Andamos. Caimos. Levantamos, chorando.
Animalescos.

Crescemos querendo os porquês,
Vendo as borboletas, as flores, os animais.
Animalescos. Impressionamos com o monkey,
Com a cobra, a onça, e o zoológico todo.
Mordiscamos o primeiro amor da vida,
Mesmo tendo antes amado tantas coisas e pessoas,
Ainda assim queremos dedicar olhos para o nosso Um.
Enlaçamos. Brigamos, berramos. Cuspimos. Choramos.
Animalescos.

Daí encontramos o primeiro emprego, as roupas crescem.
Os sapatos aumentam, adquirimos os apetrechos da beleza.
Todos. E temos as primeira moedas, as primeiras compras.
E gastamos aqui e ali. Nas festas, saideiras, socializações.
Falamos, comemos, bebemos, sorrimos. Animalescos.
Envelhecemos, nascemos nossos filhos. Educamos-os.
E chegamos a uma certa idade em que vamos morrer.
Simplesmente isso. E talvez temos esse ciclo vitalício,
Se tudo correr bem. Ou como supomos bem.
Olhamos para o capuz que se aproxima, o véu tênue
E puído que nos encobre o rosto. Ganhamos um féretro.
Madeira da boa. Moramos sob a terra. Animalescos.
Viramos um monturo de ossos. Somos esquecidos,
Ou lembrados. E a vida passa. A vida passa diante de nós.

Nascemos, humanos. Animais. O humus.
Amamos, odiamos. Gostamos, repudiamos.
Abraçamos, empurramos. Vivemos, matamos.
A terra. Morremos, humanos. Animalescos.
Vivi?

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