Lápis que percorre o papel diante de mim, ó divino lápis de Osíris que põe no papyrus todo o meu conhecimento, minhas divagações, meus fluxos imaginários. Que traz ao mundo, tão leigo e tão laico, todos as correntes de pensamento para que possamos, os escritores, fazer sabedoria. Tu, lápis nojento que também escreve as mentiras dos outros, sem qualquer objeção. Que leva leitores aos mares lusitanos, às Índias e aos afluxos bíblicos. Que constrói e destrói civilizações inteiras, nas palavras tão bem ou mal estruturadas. Tu, lápis maldito, coloca de vez toda a verdade do mundo, expõe para sempre o segredo da vida e mostra aos leitores que escrever não passa de criar, assim como Deus criou, mundos inteiros. Produzir pessoas e personagens, características e conhecimentos. Escrever é um poder tão grande quanto o amor, é fazer existir aquilo que homem algum, ou deus, pensou em produzir. Escrever, leitor, é uma bruxaria aceita por todos. Uma magia que poucos tem a capacidade de controlar. É simplesmente por o lápis a funcionar no papel que ele tem, que é isto: escrever.
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