domingo, 8 de janeiro de 2012

Como escrevo

         Meus dedos agitam o teclado por uma hora, digitam e escrevem as palavras que saem de mim assim: vivas e interligadas. Sou como um deus, sou criador e crio nos papéis e nas páginas virtuais algo que vem de dentro. Uma criatura que parte do meu interior para fluir no mundo com suas ideias e seus ideais, e construir sua fórmula complexa, que será compreendida por pequeno número de gente. Quando me foge as palavras, recorro aos grandes mágicos da história, aqueles que de tão mágicos conseguem fazer o leitor sair completamente de si. E esses escritores ilusionistas me dizem coisas, mesmo que enterrados há séculos e talvez milênios, contudo, eles se aproximam de mim e me contam histórias e lendas e crenças. Coisas do passado. Assim consigo compor um novo texto, ao som da lira de Apolo, e do canto das sereias. Embriagado, embebido por novas frases, que formam um texto e que montam um livro. Assim agito o teclado sob meus dedos por uma hora, só. Nem um segundo mais, nem um segundo menos. E torno para mim, cansado e desequilibrado. Zonzo, perdido no mar de confusões que é o tempo contemporâneo. Vejo fantasmas, observo tufões, sou do barulho, não da quietude. Só quero quietude quando se trata de aqui e agora, quanto às minhas distantes viagens que acabo por realizar enquanto escrevo: a essas dou total liberdade de me ensurdecer com barulhos e cantos. E sons e músicas, e onomatopéias e gritinhos. E então volto para mim mais uma vez.

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