Os dedos suaves roçam de leve a capa, sentem o relevo que a compõe. Viram-na para ir às primeiras páginas, são boas folhas, conservadas e branquíssimas. Aqueles dedos dariam uns bem vividos quinze anos de vida às páginas que passava lentamente, sentindo a maciez de cada uma. As palavras começam, compilam um romance lindo e principesco. No qual a donzela é apanhada por um cavalheiro dono de um reino herdado após a morte do pai, e se casam, e são felizes para sempre.
Um livro velho e maltratado por aqueles dedos, de páginas todas machucadas e sofridas pelo descuido amalucado de simplórios dedos de uma mão. O tempo passa, o lápis para de percorrer as novas folhas do livro. Os dedos se distanciam da obra, enjoado daquela história tão enfastiosa e repetitiva. A água vem, embebe o papel já velho e amarelado. O sol vem, resseca a capa já rasgada e amassada. O destino vem, mata aquela mulher que descrevi como se fosse um livro. |
---|
quinta-feira, 17 de maio de 2012
A vida de um livro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário no meu blog, não custará nada. Às vezes, leitor, é bom expressar nossos pensamentos.