quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Passará fome ó Raiva!

       Texto de minha autoria, com inserção de uma parte adaptada do livro Romeu e Julieta, pág. 64 - Objetivo - Editora Sol:

       Ó raiva intensa e desgastante que se apossa de mim, que toma para ti um partido de meu ser, uma porcentagem além preocupante. Não, não venhas tu impor a mim regras escritas por tuas mãos, não quero que teus dedos transcrevam a minha dor ou a minha aflição. Ira infernal: se houvesse duas de ti, duas como tu, em pouco tempo já não mais haveria; porque ambas se matariam mutuamente. Você é capaz de brigar com alguém somente porque tem um fio a mais ou até a menos entre os cabelos. Ou então porque o tal sujeito esteja comendo uma fruta com a cor de seus olhos. Aliás, que outros olhos, senão os seus, encontrariam tantas razões para briga? Sua cabeça está mais cheia de intrigas que um ovo... de galos: é por isso que sua cabeça tem sido mais batida que clara de ovo. Eu já vi você brigar com um homem que tossiu na rua e acabou por te acordar após uma sesta que vosmecê tirava na varanda de sua casa. Ó ira, tu és muito avançada, muito atingida. E pouco controlada, fracote de tudo. Qualquer um que respire do teu ar corre perigo de ser um motivo de luto, tu não fazes mais particípio a mim. De hoje em diante, ó raiva danada, sou livre e sou manso. Vou destruir teus manjares e há de passar fome, assim como a ingrata Inspiração - de outro texto postado - passou por minhas mãos. Verás, há de passar fome.

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