quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Espírito natalino

          A mancha esbranquiçada se distancia aos poucos, se vai e desaparece na escuridão da noite. Caído no chão da calçada, no pé da sargeta, um mendigo. Mole e congelado, sob os sons natalinos que soam vindos de longe. A neve não cai acompanhando o natal que se passa, não há papai noel, não há felicidade. É Brasil, e com o país o morto, o mendigo. O corpo estirado na noite. Eis o espírito do natal, eis o pesadelo natural. A morte, o morto. O destino massacrante, triste, só. Mais um homem esquecido na noite festiva, no meio de tanta alegria e de tanta comemoração. O espírito do natal existe!

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